quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

ABORTO, NEM QUE A VACA TUSSA!


O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), se nega a colocar em votação qualquer projeto que trate da legalização do aborto. "Aborto eu não vou pautar (para votação) nem que a vaca tussa", disse, em entrevista ao site de O Estado de S. Paulo.

Assim como a regulação da mídia, afirmou que projetos sobre o tema só vão passar "por cima do meu cadáver". "O último projeto de aborto eu derrubei na Comissão de Constituição e Justiça. Regulação econômica de mídia já existe. Você não pode ter mais de cinco geradoras de televisão. No aborto, sou radical."

O deputado, evangélico, também é reticente quando perguntado sobre garantias de direitos dos homossexuais. "Isso é mais discurso. Para pautar um projeto, ele tem que ter apoio suficiente. Não tenho que ser bonzinho. Eles querem que isso seja a agenda do País, mas não é. Não tem um projeto deles na pauta para ir a votação", afirmou.

Cunha se reuniu na semana passada com Dilma Rousseff. Na entrevista, disse que a presidente sempre que foi cordata com ele, e culpou o PT pelos atritos durante a corrida pela presidência da Câmara. Para ele, o maior problema está na articulação política. Citou como exemplo a CPI da Petrobras, que a oposição conseguiu aprovar semana passada.

"Se, em vez de ficarem correndo atrás de pressionar gente para votar no (Arlindo) Chinaglia (candidato derrotado do PT à presidência da Câmara), tivessem colhido assinaturas, poderiam instalar outras CPIs antes da CPI da Petrobras. Se tivessem o mínimo de articulação política, tinham feito isso. O governo está perdido politicamente. Se eles não mudarem a articulação, vão ter que mudar o método."

Reportagem da Folha de S.Paulo de ontem mostra que a mudança de atitude de Cunha após virar presidente da Câmara causou surpresa.

No lugar de promessas de ampliação de benefícios, agora o presidente da Câmara fala em cortar o salário de quem não comparecer às sessões de quinta. As medidas geraram desconforto em parlamentares que prometem pressionar para evitá-las.


Fonte: FOLHAPRESS

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